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Setor siderúrgico prevê 2024 difícil e leve recuperação em 2025

Segundo empresas do setor de aço, o ano de 2024 ainda será muito complicado para a indústria no Brasil por conta da dificuldade de competir com os subsídios do aço importado da China
Durante a 34° Edição do Congresso Aço Brasil, no Transamérica Expo Center, em São Paulo, as empresas do setor de aço disseram que o ano de 2024 ainda será muito complicado para a indústria do aço no Brasil por conta da dificuldade de competir com os subsídios do aço importado da China. Apesar disso, a perspectiva é que o segundo semestre deste ano seja melhor para o setor e o ano de 2025 deve seguir uma tendência de leve melhora.
O presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, chamou de “importação predatória” o aço bruto da China para o Brasil, que tem promovido paralisações de plantas e suspensão de investimentos. Ele diz ainda que o país asiático surge como uma ameaça ao setor e a toda a cadeia industrial do Brasil e de outros países e é muito difícil de competir. “Temos que ter a indústria preservada para quem de fato produz no Brasil e gera empregos", afirma.
ArcelorMittal Brasil
O presidente da ArcelorMittal Brasil, Jefferson De Paula, acredita que o compromisso que a indústria fez com o governo para combater o dumping (comercialização de produtos a preços abaixo do custo de produção), para conter a importação predatória associado a uma perspectiva de crescimento do PIB maior, pode fazer o setor passar por uma condição um pouco melhor.
Mesmo com o setor sofrendo com uma enxurrada de produtos chineses — cuja importação aumentou 50% no ano passado e mais 25% só no primeiro trimestre deste ano, segundo o Instituto Aço Brasil —, a Arcelor está implementando um plano de expansão no país, com investimentos de R$ 25 bilhões entre 2022 e 2026.
“No segundo semestre de 2024 veremos uma diminuição da importação, mas ainda teremos um ano um pouco difícil, porém melhor do que o ano passado (...). Para 2025, acredito que vamos andar de lado e será mais ou menos igual a 2024”, disse De Paula.
Por outro lado, o baixo investimento do Brasil em áreas estratégicas de infraestrutura tem contribuído para que o setor de aço continue a ser um ponto de atenção. Por conta disso, o consumo de aço no Brasil está estagnado e abaixo da média mundial.
“Um país como o Brasil deveria investir pelo menos 5% do PIB [Produto Interno Bruto] no setor de infraestrutura. O PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] seria um investimento excelente. Não estou vendo [o PAC] funcionar, assim como outros programas. Temos mais de 16 mil obras paradas pela metade”, afirma.
Usiminas
O presidente da Usiminas, Marcelo Chara, diz que a indústria brasileira é competitiva. O executivo disse ter uma boa perspectiva para o ano de 2025, mas o país precisa combater o aço subsidiado chinês para evitar destruir valor do setor no Brasil.
No entendimento da conselheira do Instituto Aço Brasil e presidente da AVB, Silvia Nascimento, o segundo semestre vai apresentar melhores resultados de crescimento do Brasil e essa pode ser a oportunidade do setor para uma retomada de crescimento.
“Se tivermos a oportunidade de fornecer o aço para este crescimento, vamos ter um restante de 2024 melhor. Para 2025, não veremos resultados maravilhosos, mas serão melhores e crescentes”, afirma nascimento.
Gerdau
O diretor-presidente da Gerdau, Gustavo Werneck, acrescenta que é preciso haver uma ação coordenada para uma política antidumping. Para ele, o custo-Brasil é outro fator que coopera para a ineficiência brasileira.
A Gerdau, que sempre teve no Brasil o seu principal resultado, viu a situação mudar. A maior parte do faturamento da companhia vem do exterior, já que a empresa passou a sofrer no mercado nacional. A preocupação da empresa é com a deterioração dos resultados no Brasil por conta de uma competição desleal com o aço que tem entrado da China e de outros países asiáticos.
Se nada for feito, Werneck diz que isto pode causar efeitos nocivos à economia e à indústria brasileira. O executivo respondeu às críticas sobre as práticas de descarbonização do setor, afirmando que o Brasil deve buscar a sustentabilidade nesses projetos, mas sem perder de vista a realidade econômica das empresas, sob o risco de comprometer a competitividade da indústria siderúrgica.
“São necessários cerca de US$ 40 adicionais de capex [investimento] por tonelada de aço para promover a descarbonização do setor. Em uma conta básica, são R$ 7 bilhões a mais de investimentos do setor no Brasil todos os anos. E isso não cabe no balanço das empresas”, disse.
Segundo o executivo, a comparação do setor brasileiro com o mundo não vale, já que 7% das emissões de gases de efeito estufa no mundo vêm do setor do aço, enquanto que, no Brasil, o setor responde por apenas 0,15%.
Para Werneck, é necessário adotar uma abordagem mais pragmática no processo de descarbonização da indústria. No entanto, mesmo com a meta de alcançar o “net zero” (zero emissões líquidas de carbono) até 2050, o setor ainda pode ser um grande emissor, o que torna indispensável a implementação de ações mais eficientes.
 
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