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Oferta pela U.S. Steel mostra siderurgia americana dependente da proteção do governo

A U.S. Steel foi a maior siderúrgica do mundo até a década de 1960, mas, em 2023, produziu cerca de 15 milhões de toneladas — um terço da produção da Nippon Steel
A tentativa da Nippon Steel de comprar a U.S. Steel está entrando em seus estágios finais, destacando como uma indústria americana protegida por tarifas ficou para trás em inovação tecnológica e agora está pagando as consequências.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicou na semana passada sua aprovação a um acordo que inclui o investimento maciço da Nippon Steel na U.S. Steel num contexto mais amplo de uma indústria siderúrgica americana em dificuldades.
O setor tem enfrentado crises recorrentes e estagnação tecnológica devido à dependência anterior de políticas protecionistas, como tarifas e controles de importação. Sem a tecnologia que acompanha o investimento estrangeiro, a retomada da indústria siderúrgica que Trump defende se tornará ainda mais distante.
Trump deve discursar na sexta-feira na Pensilvânia, sede da U.S. Steel. Ele deve abordar a proposta da Nippon Steel pela siderúrgica americana.
A U.S. Steel vem registrando prejuízo há dois trimestres consecutivos devido à queda nas remessas, aos preços em baixa e aos altos investimentos em seus fornos elétricos. O preço da ação da empresa subiu 24% entre 22 de maio, véspera do anúncio de Trump, e quarta-feira, com base no otimismo de que o investimento proposto pela Nippon Steel restaurará a saúde financeira da U.S. Steel.
A Nippon Steel lançou US$ 14 bilhões em investimentos adicionais com a condição de que a U.S. Steel se tornasse uma subsidiária integral. "Estamos trazendo nossa tecnologia de produção de alto valor agregado, então não podemos fazer um investimento que não gere retorno", disse o vice-presidente executivo, Takahiro Mori.
Sem controle total sobre a empresa, a Nippon Steel teme que a tecnologia possa vazar.
A Nippon Steel pretende produzir aço de alta qualidade nos Estados Unidos por meio da introdução de sua tecnologia. Embora os Estados Unidos consumam 95 milhões de toneladas métricas de aço anualmente, produzem apenas 70% desse total internamente, de acordo com a Nippon Steel.
O investimento também beneficiará a indústria naval e outros setores que ajudarão a cumprir a meta de Trump de aumentar a autossuficiência dos Estados Unidos em aço usado em suprimentos militares e outras aplicações de defesa.
Trump aceitou o investimento da Nippon Steel, pois a indústria siderúrgica americana havia perdido sua vantagem competitiva. Em 2023, os Estados Unidos eram o quarto maior produtor mundial de aço bruto, com 81,4 milhões de toneladas, uma queda de cerca de 10% em 20 anos.
A produção americana foi ultrapassada pelo Japão na década de 1980 e, em seguida, pela China na década de 1990. Desde 2000, a China domina o mercado global, respondendo por metade da produção total.
A U.S. Steel foi a maior siderúrgica do mundo até a década de 1960, mas, em 2023, produziu cerca de 15 milhões de toneladas — um terço da produção da Nippon Steel. A diferença entre os Estados Unidos e países como Japão e China é clara.
Apesar da baixa competitividade das siderúrgicas americanas, o governo as protegeu consistentemente em tempos de crise por meio de políticas como tarifas e controles de importação para proteger o emprego e a produção.
Esse protecionismo levou a inovação tecnológica à estagnação.
"O desafio das tarifas é que elas, na verdade, tendem a diminuir o desejo de inovar nesse setor protegido, porque não há tanta concorrência estrangeira. Isso leva ao potencial de perdas de produtividade no futuro", disse Meagan Schoenberger, economista sênior da KPMG.
Cerca de 70% do aço bruto produzido nos Estados Unidos é feito em fornos elétricos, onde aço usado e sucata são fundidos usando eletricidade. Isso se deve, em parte, à abundância de sucata e aos preços mais baixos da eletricidade em comparação com o Japão.
O aço produzido em fornos elétricos é adequado para uso geral, como materiais de construção. Chapas de aço para automóveis, que exigem alta qualidade, são melhor produzidas em altos-fornos, que podem produzir aço com menos impurezas. O Japão, que produz cerca de 70% de seu aço bruto em altos-fornos, tem uma vantagem nesse aspecto.
Empresas japonesas como a Nippon Steel aprimoraram técnicas para ajustar ingredientes e superfícies de processamento para atender aos rigorosos requisitos de qualidade de clientes como a Toyota. O país pode fabricar produtos como chapas de aço de alta resistência para automóveis e chapas de aço elétrico para veículos elétricos.
O Japão também tem uma vantagem em equipamentos. Na indústria siderúrgica, a qualidade pode ser melhorada mesmo com equipamentos antigos, por meio da mudança de técnicas. A Nippon Steel acredita que pode combinar sua tecnologia operacional com as instalações existentes da U.S. Steel para produzir aço de alta qualidade.
Trump espera reanimar a indústria siderúrgica dos Estados Unidos com tarifas. Ele impôs taxas adicionais sobre produtos importados de aço e alumínio em 12 de março, o que eleva os preços.
O preço médio do aço laminado a quente nos Estados Unidos aumentou 6% desde 10 de março, atingindo US$ 920 por tonelada em meados de maio, quase o dobro da média mundial, de acordo com o sistema global de preços SteelBenchmarker.
No entanto, as tarifas também estão causando a deterioração dos lucros dos clientes. Em 7 de maio, a siderúrgica Cleveland-Cliffs anunciou a suspensão da produção em seis siderúrgicas no país.
Enquanto os custos das matérias-primas estão subindo, a demanda das montadoras e de outros clientes está fraca, reduzindo os lucros mesmo com a alta dos preços do aço.
Trump também impôs tarifas sobre aço e alumínio durante seu primeiro mandato. Como resultado, as importações de aço dos Estados Unidos caíram cerca de 10 milhões de toneladas por ano e a produção de aço bruto em 2019 aumentou 8% em relação a 2017. Esse número caiu 9% entre 2019 e 2024, resultando na paralisação da reestruturação da U.S. Steel. 
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